Depois de vencer, pela terceira vez consecutiva, a prova de estrada do Campeonato Mundial de Ciclismo, a principal questão que ficou é: seria possível Peter Sagan conquistar seu quarto título em 2018, apesar dos 4.700 m de escaladas da prova que teremos na Áustria, onde será disputado o próximo mundial?
A prova de estrada, em 2018, será, como na Noruega, a maior parte, disputada em um circuito, porém ele será muito mais difícil do que o que tivemos na Noruega.
Veja abaixo a altimetria dos dois mundiais:
Em 2018, na Áustria, após o trecho inicial que conta com uma subida, a Gnadenwald, os ciclistas entrarão no circuito onde vão encarar 6 vezes a Igls, uma subida de 7,9 km com 5,7% de inclinação média. Após as 6 voltas do circuito e as 6 escaladas, eles entrarão na volta final que será mais longa. Nela os ciclistas vão escalar mais uma vez a Igls e, logo depois, vão para o desafio final, uma subida bem menor, porém pra arrebentar com os ciclistas que ainda estiverem no grupo final. Serão 2,8 quilômetros com 11,5% de média e alguns pontos inclinadíssimos, chagando a 25%. Do topo da última subida serão 8 quilômetros até a linha de chegada, em Innsbruck.
Na coletiva de imprensa, logo após a prova de domingo, na Noruega, Peter Sagan foi questionado sobre isso e respondeu: “Nada é impossível, hoje tivemos 3.600 metros de escaladas, então não estamos muito longe. Com um programa ajustado, acho que eu poderia tentar, mas vamos ver. ”
Após conquistar seu terceiro título mundial na Noruega, Sagan passou a ser o único ciclista na história a ter três títulos consecutivos, além dele, com 3 títulos (não consecutivos) temos, apenas, 4 ciclistas, os belgas Eddy Merckx (’67, ’71, ’74) e Rik Van Steenbergen (’49, ’56, ’57), o espanhol Oscar Freire (’99, ’01, ’04) e o italiano Alfredo Binda (’27, ’30, ’32). Se Sagan conquistar um quarto título ele será o recordistas absoluto em número de vitórias. E, com 27 anos, mesmo que não consiga o quarto consecutivo, há muito tempo para que ele conquiste seu quarto título mundial.
Caso consiga a proeza no ano que vem, Sagan terá vencido o percurso considerado um dos mais difíceis desde 1995 na Colombia, onde Abraham Olano Manzano, que corria pela Mapei, venceu deixando Indurain e Pantani para trás.
De qualquer forma, não dá pra duvidar de mais nada vindo de Peter Sagan. Concorda?