Sem o líder Primoz Roglic, que abandonou antes da largada da última etapa devido a piora dos ferimentos em consequência de sua queda na quarta etapa, o colombiano Daniel Felipe Martínez (EF Education First) terminou em segundo a última etapa e sagrou-se campeão do Critérium du Dalphine em uma etapa explosiva do começo ao fim. O vencedor da etapa foi o americano Sepp Kuss da Jumbo, que finalizou com maestria o trabalho feito por Wout van Aert e Dumoulin durante a etapa.
Depois dos abandonos de ontem, apenas 136 ciclistas largaram para a decisiva etapa da última volta preparatória para o Tour de France, que começa daqui há duas semanas.
Lista de favoritos que abandonaram a prova devido a problemas de saúde ou acidentes nas duas últimas etapas: Egan Bernal (Team Ineos), Steven Kruijswijk (Jumbo-Visma), Emanuel Buchmann (Bora), Primoz Roglic (Jumbo-Visma), Nairo Quintana (Arkea)
Hoje foram nada mais, nada menos, que 8 escaladas categorizadas e com a diferença entre os melhores em menos de um minuto, o caos se instaurou logo após a largada.
Com diversos ataques e contra ataques e sem uma equipe que teoricamente tomaria o controle do pelotão, já na primeira metade um grupo formado com a maioria dos principais concorrentes a geral se formou. Era a fuga da prova! Nela estavam: Pinot, Landa, Pogacar, Martin, Bardet, Pogacar, López e Martínez, e ainda, pensando na etapa ou para ajudar seus capitães, Yates, Alaphilippe, Valverde, Mas, Barguil, Lutsenko, Sivakov, Kuss, Carthy, Kämna, Dumoulin, Reichenbach e Sivakov. As principais ausências eram Nairo Quintana e Richie Porte que não conseguiram seguir os ataques que aconteceram incansavelmente.
Tentando surpreender, Pavel Sivakov e Alaphilipe atacaram na escalada do Colombière e chegaram ao topo com 45 segundos de vantagem.
Com a aceleração da dupla, o grupo apertou o ritmo e Mikel Landa, que era um dos favoritos, também não suportou o ritmo e acabou sobrando depois de sentir cãibras.
A dupla líder chegou a abrir 1’15 do grupo do então líder virtual Thibeau Pinot quando a diferença começou a diminuir.
Faltando apenas mais três escaladas e com um belo trabalho de Wout van Aert em favor de seu companheiro de equipe, Sepp Kuss, que ia para a vitória da etapa, a diferença entre a dupla e a fuga diminuiu sendo completamente neutralizada logo depois que Sivakov caiu em uma curva. Ele logo se levantou, mas o grupo já o via, o que animou a perseguição.
Na entrada da escalada do Côte de Domancy a guerra entre os favoritos recomeçou com Pogacar sendo o primeiro a tomar a iniciativa e atacar. Lopez logo saltou em sua roda com Kuss e Martínez vindo logo atrás.
Pinot que estava bastante desgastado não tinha mais gregários para ajuda-lo e, apesar de muito irritado com a situação, começou a ter ajuda dos franceses que estavam no grupo. Primeiro foi Alaphilippe que fez papel de gregário e depois Barguil que, com menor intensidade que o primeiro, também contribuiu para que a diferença entre os fugitivos não aumentasse ainda mais.
A partir daí foi só sofrimento para todos os que brigavam pela vitória da etapa ou geral.
Na frente, Pogacar, Lopez, Martínez brigando pela geral, mais Sivakov e Kuss, que brigavam pela etapa, abriam vantagem, e atrás um grupo com Pinot, tentando o que dava para fechar as diferenças, e ainda Guillaume Martin que se segurava na esperança de um lugar entre os melhores da geral.
As diferenças eram poucas, mas as brigas internas nos dois grupos prejudicavam os maiores interessados na vitória geral.
Tudo começou a se resolver quando, depois de tentar sem sucesso um ataque na penúltima montanha, o Côte de Cordon, Sepp Kuss finalmente conseguiu abrir vantagem para os demais, na última e decisiva montanha que levava a chegada. Pogacar, Martínez e Sivakov faziam a perseguição com Angel Lópes sobrando e juntado-se ao grupo de Pinot que tentava de todas as formas fechar a lacuna para Martínez.
A diferença entre a vitória de Pinot e a de Martínez chegou a apenas 11 segundos quando o colombiano finalmente assumiu a responsabilidade e apertou o ritmo. Sivakov acabou sobrando e Pogacar foi junto. Pogacar, que a essa altura tentava o terceiro lugar no pódio, até ajudou, mas foi o colombiano que realmente fez a diferença para o grupo de Pinot subir e ser suficiente para a sua vitória na geral. Pinot terminou a etapa exausto, em sétimo lugar ficando em segundo na geral a 29 segundos e Guillaume Martin, da Cofidis, terminou logo atrás de Pinot, garantindo assim um espetacular terceiro lugar geral para a equipe Pró Continental francesa.