A equipe feminina da Memorial Santos encerrou a sua segunda temporada na Europa e voltou ao Brasil no último dia 7 de outubro. Na bagagem, além de muita experiência, um excelente 8º lugar no GP de Plouay – Lorient Agglomération Trophée WNT, prova do calendário World Tour o mais alto nível do ciclismo mundial.
A Digital Cycling conversou com o diretor esportivo da equipe, Arthur Rogélius, e ele nos contou um pouco sobre a experiência vivida na última temporada na Europa que teve como ponto alto a disputa do GP de Plouay e o Mundial de Yorkshire, na Inglaterra.
Algumas curiosidades:
A Memorial Santos é a primeira equipe feminina na história do Brasil a ter uma licença UCI.
A equipe faz parte do seleto grupo de 8 equipes que possuem essa licença nas Américas, sendo que são 6 americanas, uma mexicana e a equipe brasileira.
Pela primeira vez uma equipe nacional feminina disputou uma prova do calendário World Tour.
A equipe, esse ano, esteve em dois momentos na Europa, a primeira entre abril e junho e a segunda entre agosto e outubro.
Foram muitas as provas disputadas, muitas delas as chamadas kermesse, que são provas amadoras mas que possuem nível (ainda mais se comparadas com as provas que temos no Brasil) elevado e contam sempre com, no mínimo, 80 mulheres, o que deixa evidente a grande diferença em competir por lá.
Mas além de provas amadoras, a equipe brasileira participou de provas oficiais da UCI na França, Suécia, Belgica, Ucrânia e Inglaterra. Veja alguns dos principais resultados da equipe em 2019:
Segundo Arthur, tudo caminhava para ser ainda melhor do que foi. Com a contração da brasileira Flavia Oliveira (sétima colocada nas olimpíadas do Rio) e da jovem holandesa Sharon Dommanschet de 21 anos, a ideia era somar mais pontos para que a esperada vaga olímpica ficasse mais próxima, mas as duas acabaram caindo no GP de Fourmies, o que acabou dificultando os planos.
“A contratação da Flávia foi também pensando na melhoria de todas as atletas. Ela sempre viveu nos Estados Unidos onde sabemos que a formação dos atletas e a cultura do esporte é muito superior a dos brasileiros. Conversamos, alinhamos pensamentos e traçamos um objetivo em comum”, comentou Arthur.
A equipe também esteve presente defendendo o Brasil no Mundial de Ciclismo em Yorkshire (Inglaterra). Lá, além de Flavia Oliveira, a multicampeã Ana Paula Polegatch, participaram do evento. Flavia fez a prova de estrada e Polegacth a estrada e o contra-relógio. Os resultados não foram os esperados, mas com os problemas físicos enfrentados, o que valeu mesmo foi a experiência adquirida.
A equipe volta ao Brasil na expectativa da vaga olímpica, mas com a certeza que estão no caminho certo. Melhorando não só o desenvolvimento das atletas, mas também toda a estrutura da equipe que ainda acredita ter o ciclismo muito mais reconhecido em nosso país.
O pensamento já está voltado para 2020. Licença solicitada, organização de calendário, elenco e já traçando os próximos objetivos.
“Os aprendizados são impressionantes, como no vídeo que foi postado (ver abaixo), nosso nível evidentemente subiu, mas vem muitas novidades pela frente. É um mundo do qual nós, aqui no Brasil, mal fazemos ideia”, finalizou Arthur.