Liege-Bastogne-Liege: Fuglsang mostrou a força da Astana!

A Liege-Bastogne-Liege, tradicionalmente, traz para os Ardennes (região entre a Bélgica e a Holanda), os melhores ciclistas do mundo. É uma prova que possui um traçado que privilegia atletas de Grand Tours, por mais que não tenha uma montanha HC ou nem mesmo uma de categoria 1, é uma prova que vai minando as pernas dos ciclistas, com subidas curtas e na sequência.

Para vencer aqui, equipes como a Astana, a Sky e a QuickStep, anualmente trazem seus melhores ciclistas, que além de subirem bem, precisam estar atentos aos truques das estradas sinuosas que vira e mexe causam cortes no pelotão.

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Só para se ter uma ideia do nível da competição, com 70km para o final, o campeão mundial Alejandro Valverde (Movistar) e o astro da UAE, Daniel Martin, já haviam abandonado devido ao cansaço acumulado de outras provas. O holandês Robert Gesink (LottoNL-Jumbo) ainda sofreu uma queda e foi levado ao hospital com fraturas na bacia, costelas e clavícula. O ritmo era surreal, mesmo com chuva e frio!

O clima pode ter sido um dos grandes vilões da prova, mas no caso de Alejandro Valverde, seu algoz foi a QuickStep, que com 110km para o final resolveu acelerar o pelotão com violência, causando vários cortes e o caos tomou conta da prova que já tinha 150km rodados.

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Mais tarde a Astana usou essa mesma tática quando Julian Alaphilippe estava na rabeira do pelotão com menos de 30km para o final. O francês teve de fazer muita força para chegar na ponta do pelotão, e isso pode ter prejudicado-o quando Fuglsang fez a primeira aceleração no Cote de Roche-aux-Faucons.

Fuglsang se aproveitou de um grande trabalho da Astana, que já havia mandado Omar Fraile ao ataque com Tanel Kangert (ex-Astana e atualmente na EF1). A equipe cazaque tinha os dois irmãos Izagirre no pelotão, além de Luis León Sanchez, Davide Vilella e do campeão cazaque Alexey Lutsenko.

O ataque de Fuglsang já era esperado por todos no Cote de Roche-aux-Faucons, pois todos os ciclistas sabiam da forma do dinamarquês, após grandes atuações na Amstel Gold Race e na Fleche-Wallonie essa semana. Todavia, Fuglsang acelerou tão forte que até o principal favorito da prova, o francês Julian Alaphilippe não teve forças para seguir.

Jakob Fuglsang  não parou e parecia pouco se importar com a presença do italiano Davide Formolo e do canadense Michael Woods (EF1) em sua roda. Fuglsang puxou por um bom trecho antes de pedir ajuda para os outros dois, que se agarravam como podiam para não sobrar. Na sequência, uma descida e outra subida foram suficientes para que “Fug” fizesse os seus dois companheiros de fuga “jogassem a toalha”.

Dali para a frente foi um longo e arriscado contra-relógio de Fuglsang, por entre as curvas e descidas molhadas. Em uma delas, ele quase caiu, derrapando sua roda traseira e levando ao choque dos comentaristas da TV francesa na qual eu acompanhava, com um suspiro do comentarista Laurent Jalabert (vice-campeão da LBL em 97 e 98), que torcia descaradamente por Alaphilippe.

A alteração da chegada em Ans, para Liege trouxe mais explosividade para a prova e mais tensão com o final sinuoso. Se viesse um pelotão disputando a prova, é possível que uma queda poderia tirar o brilho da clássica. A vitória de Fuglsang, todavia, já estava definida, e a briga foi mesmo pelo segundo lugar.

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Resultados