O francês Julian Alaphilippe (Quick-Step Floors) venceu a décima etapa do Tour de France. É a primeira vitória de um francês nessa edição do Tour além de ser a primeira dele na volta francesa. Alaphilippe foi agressivo desde o começo da etapa, fez parte da fuga do dia e conseguiu largar todos os adversários para trás no final da penúltima subida do dia cruzando a linha a mais de um minuto e meio do segundo colocado, o espanhol Ion Izagirre (Bahrain Merida). Junto com a vitória ele conquistou também a camisa de melhor escalador do Tour após acumular muitos pontos durante as metas de montanha.
O líder do Tour, o belga Greg Van Avermaet (BMC Racing), também saiu na fuga do dia e, como o pelotão dos favoritos não conseguiu alcança-los, manteve a camisa de líder e ampliou sua vantagem para Geraint Thomas (Team Sky), o segundo colocado da geral, que agora está a 2min22seg.
Tanto Alaphilippe como o líder da geral Greg Van Avermaet faziam parte de um grande grupo de fuga que se formou logo após a primeira meta de montanha e tinha ao todo 21 ciclistas. Alaphilippe parecia realmente empenhado em conquistar a camisa de melhor escalador e venceu 4 das 5 metas montanhas que haviam na etapa.
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Além deles também estava na fuga o campeão do mundo Peter Sagan que foi em busca dos pontos do único sprint intermediário que havia na etapa e que ficava logo após a primeira subida do dia, uma montanha de categoria 4 que serviu apenas para dificultar um pouco as coisas para os velocistas. Mas nem precisava, não havia adversários na fuga para Sagan que faturou os 20 pontos da meta e ampliou sua vantagem ficando assim a disputa da camisa verde:
Sprinters
1. P. SAGAN 319 pts
2. F. GAVIRIA 218 pts
3. D. GROENEWEGEN 132 pts
Na fuga estavam Tony Gallopin (AG2R), Elie Gesbert e Amaël Moinard (Cofidis), Ion Izagirre (Bahrain-Merida), Jack Bauer e Daryl Impey (Mitchelton-Scott), Greg Van Avermaet (BMC), Julian Alaphilippe e Philippe Gilbert (Quick Step), Peter Sagan e Lukas Pöstlberger (Bora-Hansgrohe), Serge Pauwels e Tom-Jelte Slagter (Dimension Data), David Gaudu, Rudy Molard e Arthur Vichot (Groupama-FDJ), Robert Gesink (LottoNL-Jumbo), Lilian Calmejane e Rein Taaramäe (Direct Energie), Guillaume Martin e Thomas Degand (Wanty-Groupe Gobert) e eles tiveram pouco mais de seis minutos de vantagem para o pelotão quando se encaminhavam para a penúltima subida do dia, o Col de Romme.
Greg Van Avermaet fazia o que tinha que ser feito, como sabe-se que ele não conseguirá subir com os melhores escaladores, ele saiu na fuga e tentou não fazer grandes esforços, a não ser quando realmente era preciso. A ideia era ficar o mais longe possível do grupo dos favoritos e, mesmo com a briga entre os que lutavam com Alaphilippe pelos pontos das metas montanhas, os principais deles Calmejane e Taaramäe (Direct Energie) e Rudy Molard (FDJ), ele conseguiu seguir o seu plano.
E foi devido a essa briga pelos pontos de montanha que Van Avermaet acabou sozinho, mas como havia conseguido abrir uma boa vantagem, quando houve as acelerações que acabaram dizimando a fuga ele ainda tinha 4 minutos de vantagem sobre o pelotão que foi tirando durante a última subida do dia, o Col de la Colombière. No final da escalada, Avermaet ainda tinha perto de 2 min. o suficiente para fazer a descida com certa tranquilidade e manter a camisa.
Foi na escalada final que finalmente vimos alguns dos capitães das equipes sofrerem. Os primeiros que deram sinais de não estar em um bom dia foram Bob Jungels (Quick Step) e o colombiano Rigoberto Uran (Team EF Education First-Drapac p/b Cannondale) que figuravam sempre entre os últimos do grupo.
Nesse momento o ritmo que foi imposto durante o dia todo por Luke Rowe (Team Sky) que não era tão forte começou a aumentar e um a um os gregários da equipe britânica iam para a ponta e colocavam um passo bastante forte. Primeiro foi Castroviejo, depois Kwiatkowski e pouco depois que Poels assumiu, já na parte final da subida, o primeiro ataque aconteceu. Dani Martin (UAE), percebendo que alguns adversários estavam começando a ficar em dificuldades, atacou e fez com que a Sky mandasse o jovem colombiano Egan Bernal para a ponta na tentativa de não deixar o Irlandês abrir.
E foi o que ele fez, com uma facilidade incrível o colombiano buscou Martin e com Thomas, Froome e o restante do grupo dos favoritos em sua roda fez a descida, cruzando a linha a pouco mais de 3min do vencedor da etapa.
O ataque de Martin não foi em vão, ele conseguiu fazer com que Bauke Mollema (Trek), Zakarin (Katusha) e Majka (Bora), além de Uran e Bob Jungels que haviam sobrado devido ao ritmo imposto por Kwiato e Poels, que são seus adversários diretos, perdessem tempo.
Van Avermaet fez um excelente trabalho, uma etapa fantástica e terminou a 1’44” de Alaphilippe, mas o mais importante foram os 1’39” que chegou na frente do grupo dos favoritos assim ampliando sua vantagem e dando uma margem de 2’22” para Thomas, antes da primeira etapa que terminará em subida que acontece amanhã.