O Giro d’Itáia 2018 possui dois estágios de contra-relógio e sete etapas com final ao alto. Isso sem contar a etapa 15 que possui quatro subidas.
O percurso foi muito bem feito e haverá, claramente, muitas oportunidades para disputas incríveis.
Em todas etapas o imprevisível pode acontecer, mas separamos aqui 6 etapas imperdíveis:
[Etapa 6] Quinta-feira, 10 de maio, com final no Vulcão Etna. [Veja como foi]
A 6ª etapa do Giro d’Itália 2018 possui 164 quilômetros, não tão longa, mas os últimos 30 são subindo o incrível vulcão Etna.
No ano passado a quarta etapa do Giro também terminou no alto do vulcão Etna, porém a estrada foi outra. Naquela oportunidade a subida que fechou a etapa tinha 18 quilômetros e foi vencida pelo participante da fuga do dia, o esloveno Jan Polanc, veja como foi.
O Giro d’Itália visitou o vulcão Etna em 1967, 1989, 2011, 2017 e em todas as vezes a chegada terminou perto do Rifugio Sapienza. Em 2018, a parte final da escalada, será por uma estrada inédita. Ela começa em Ragalna e sobe até os 1.736 metros de altitude perto de um Observatório. Essa estrada possui 14,1 quilômetros e possui 6,5% de inclinação média. Como dito, antes dessa parte final de 14,1 Km, os ciclistas já estarão subindo há cerca de 15 quilômetros.
Veja aqui o reconhecimento da escalada feita pelo francês Thibaut Pinot: https://www.strava.com/activities/1489011596/analysis/11609/18198
[Etapa 9] Domingo 13 de maio: o Gran Sasso d’Itália. [Veja como foi]
A 9ª etapa do Giro d’Itália terminará no Campo Imperatore no alto do Gran Sasso. A etapa será longa com 225 quilômetros, sendo que os últimos 45 quilômetros serão quase que o tempo inteiro subindo até o final a 2135 metros de altitude.
A última vez que o Giro subiu o Gran Sasso d’Itália foi na 8ª etapa da edição de 1999 e o vencedor foi o italiano Marco Pantani. Antes dele John Carlsen (1989), Franco Chioccioli (1985) e Vicente López Carril (1971) venceram no alto do Gran Sasso.
A parte final da subida começa faltando 10 km para o final da etapa. A escalada começa com 4%, mas vai subindo o gradiente, sendo que os últimos 4,5 quilômetros possuem mais de 8% de inclinação média. A parte mais dura chega a 13% a cerca de 1,5 km da meta.
[Etapa 14] Sábado, 19 de maio: Monte Zoncolan. [Veja como foi]
A 14ª etapa do Giro d’Itália terminará no alto do incrível e lendário Monte Zoncolan. Como se não bastasse isso, teremos quatro subidas intermediárias antes da tortura final.
O aquecimento para a cereja do bolo começará no quilômetro 40 quando teremos o Monte di Ragogna, uma subida curta e dura. Os primeiros 2 quilômetros são uma parece, com inclinação sempre acima dos 10%, até estabilizar em 9,8% nos últimos 750 metros.
A segunda subida é o Avaglio que tem 4,5 km sendo que a parte final da subida é mais dura, perto de 13%.
Embora com trechos muito íngremes, os primeiros 110 quilômetros da etapa não são nada perto do que virá. O Passo Duron chega com 50 quilômetros para o final, são 4,4 quilômetros a 9,8% de média e rampas de até 18%.
Logo depois o Giro chega a Sella Valcalda, outra subida difícil. São 7,6 quilômetros com 5,6%.
Após a descida a etapa parte para o Zoncolan. As primeiras inclinações são relativamente fáceis, mas a tortura realmente entra em ação a partir do segundo quilômetro. O Zoncolan possui 10,1 km com 11,9% de inclinação média e rampas que chegam a 22%.
Veja como foi a última vez que o Giro passou pelo Zancolan:
[Etapa 18] Quinta-feira, 24 de maio: Prato Nevoso
A 18ª etapa do Giro d’Itália terminará perto da fronteira da Itália com a França, com a escalada da montanha Prato Nevoso. Serão 13,9 km com média de 7%.
O Giro escalou essa montanha apenas 2 vezes até hoje. A última vez foi em 2000, com vitória de Stefano Garzelli e a primeira vez foi em 1996 com vitória de Pavel Tonkov.
Prato Nevoso é uma montanha bastante regular. Os primeiros 2,5 quilômetros tem em torno de 5,5% de inclinação média, depois ela sobe para 8%, mas a média dos fica nos 7%.
Por ser a única montanha do dia e sendo a primeira etapa, após o contra relógio indivudual da 16ª etapa, as coisas podem ficar tensas por aqui, com os ciclistas que tomaram tempo tentando recuperar algo.
[Etapa 19] Sexta-feira, 25 de maio: Cima Coppi e Jafferau
A 19ª etapa do Giro d’Itália nos levará ao Cima Coppi dessa edição da volta, o Colle delle Finestre. Logo depois dele será escalado o Colle Sestriere e, para terminar, a chegada será no alto do Monte Jafferau. A etapa, que será a penúltima em disputa, terá mais de 3 mil metros de ascenção.
A etapa começará de verdade com o Colle delle Finestre, praticamente na metade da etapa de 181 quilômetros. A subida de 18,9 quilômetros é um monstro, são 45 curvas, sendo que, a parte final, de quase 10 Km, é feita por uma estrada não pavimentada. Quem não lembra da etapa onde Alberto Contador, então Maglia Rosa do Giro 2015, perdeu mais de 2 minutos depois de ser atacado por seus adversários no cascalho do Finestre? Veja como foi:
Após passar pelo Cima Coppi, a 2.178 metros de altitude, ainda restarão cerca de 70 quilômetros pela frente.
Mas antes da escalada final teremos a mais uma longa subida, o Sestriere não é tão íngrime, mas são 16,2 quilômetros, sendo praticamente metade tranquilo, com gradientes baixos, mas com os últimos 7 Km com média de 5%.
Em 2015, a etapa terminou em Sestriere, mas nessa edição a última escalada da etapa será o íngreme Jafferau, onde Eddy Merckx venceu no Giro de 1972, ampliando sua liderança geral daquele ano em que foi o Maglia Rosa da edição.
O Jafferau promete ser palco de uma disputa explosiva no final de uma rota exigente. A subida de 7,2 km tem média de 9%, começa tranquilo, com os primeiros 500 metros a 4,6% de média, mas depois disso será praticamente sempre perto dos 10% com a parte intermediária um pouco mais tranquila com “apenas” 8,6%!
[Etapa 20] Sábado, 26 de maio: A última chance!
A última etapa válida para disputa da geral do Giro d’Itália 2018 terminará em Cervinia a 2001 metros de altitude. As últimas montanhas da edição de 2018 do Giro estão nos últimos 84 quilômetros dos 214 quilômetros de extensão da etapa.
Cervinia é um gigante de 4.478 metros, mas a chegada se dará pela metade.
Em 2015, Fabio Aru venceu em Cervinia após uma etapa de 236 quilômetros. Três anos antes disso, em 2012, Andrey Amador venceu a etapa, enquanto Ryder Hesjedal assumiu a Maglia Rosa. Naquele ano Hesjedal perdeu a Maglia Rosa na etapa seguinte, vindo a recupera-la somente na última etapa onde sagrou-se campeão daquele ano.
Em 2018 serão 3 escaladas em sequencia, primeiro o Col du Mont-Tseuc, logo depois o Col Saint-Pantaléon e, para finalizar o Giro 2018, o Cervinia. Indiscutivelmente, o Col du Mont-Tseuc é a escalada mais difícil do dia. São 16 quilômetros com gradiente médio de 7,7%, sendo que os últimos 5 quilômetros são a 9,3% de média.
O Col Saint-Pantaléon, tem 16,5 quilômetros com 7,2% de média.
E para finalizar o Cervinia com 18,2 Km, e com uma inclinação que as vezes é tranquila como no começo, a 3,2% e, em seguida, a inclinação vai a 7% até a metade…depois disso alivia um pouco, mas nunca abaixo dos 6% até os últimos 2 quilômetros que são praticamente um falso plano. Serão os últimos metros em disputa dessa edição do Giro d’Itália.