
Finalmente um outro resultado que não Valverde em primeiro na Fleche Wallonne. Hoje, após 4 anos, no cume do temido Mur de Huy, quem cruzou a linha em primeiro foi o francês Julian Alaphilippe (Quick-Step Floors). Foi a vigésima sexta vitória da Quick-Step na temporada e a primeira de Alaphilippe na prova.

Depois de 4 anos com Alejandro Valverde vencendo a Fleche Wallonne, coube a Movistar o papel principal de controle do pelotão e perseguição das inúmeras fugas que houve durante a prova.
Como sempre acontece uma fuga inicial saiu cedo, logo após a largada, mas quem esperava que a prova teria surpresas somente nos últimos quilômetros, se enganou. Faltando cerca de 50 quilômetros, várias ataques, tentando quebrar a Movistar e assim dificultar a vida de Alejandro Valverde, começaram a acontecer. A Movistar trabalhava muito bem até que aconteceu o que poderia ter sido o ponto crucial da prova: após entrarem no circuito final (3 voltas), faltando pouco mais de 40 quilômetros, o italiano Vicenzo Nibali acelerou na primeira passagem pelo Côte d’Ereffe (2,1 km a 5%), a primeira subida das 3 que havia no circuito, e juntou-se a um pequeno grupo que estava na ponta da prova. A Movistar logo se posicionou na ponta para trazer o italiano de volta, mas a situação acabou se complicando quando, um a um, os gregários de Valverde começaram a ficar pelo caminho sem que a diferença diminuísse. Mikel Landa era o único a permanecer no grupo para ajudar Valverde a conquistar a sua quinta vitória consecutiva.

Landa vinha bem, mas após a penúltima passagem pelo Mur de Huy ele já não tinha mais as mesmas pernas, mas continuou a puxar enquanto as outras equipes não pareciam, até esse momento, querer ajudar na perseguição. O resultado não poderia ser outro, a fuga, que era formada por Vincenzo Nibali (Bahrein-Merida), Maximiliano Schachmann (Quick-Step), Cesare Benedetti (Bora-Hansgrohe), Jack Haig (Mitchelton-Scott), Tanel Kangert (Astana) e Anthony Roux (Groupama-FDJ), trabalhava duro e conseguiu abrir mais de 50 segundos faltando pouco menos de 20 quilômetros para o final.

Foi somente faltando cerca de 15 quilômetros que outras equipes começaram a ajudar a Movistar. A primeira delas foi a Dimension Data que colocou o jovem ciclista de 23 anos, Amanue Gebrezgabihier para ajudar Landa. Logo depois, supreendentemente, foi o ex-campeão mundial e um dos favoritos da prova, Michal kwiatkowski que apareceu para ajudar. E foi a partir daí, que realmente a diferença começou a cair. E caiu ainda mais rapidamente quando somou-se aos esforços de Kwiato, o belga, outro favorito a vencer a prova, Tiej Benoot que abria mão da vitória para ajudar seus companheiros de equipe. Os dois não mediram esforços para encostar nos fugitivos e o trabalho deu resultado. No Côte de Cherave, a segunda subida do circuito, a última antes do Mur de Huy, a diferença caiu para cerca de 20 segundos e, com a tentativa de se manterem na frente, a fuga se partiu, deixando, inclusive, Vicenzo Nibali, para trás. Restando cerca de 2 quilômetros estavam na frente da prova apenas Jack Haig (Mitchelton-Scott) e Maximiliano Schachmann (Quick-Step). Poucos segundos atrás aparecia o grupo principal deixando claro que tudo, mais uma vez, seria decidido no Mur de Huy.

Logo no pé do Mur de Huy, Nibali foi pego, mas Maximilian Schachmann, observando a chegada do pelotão, atacou Haig e consequentemente não deixou outra alternativa ao grupo que não a de continuar na perseguição. Com isso, Schachmann acabou sendo peça fundamental para a vitória de Alaphilippe, já que obrigou outras equipes a continuar perseguindo enquanto ele continuava seguindo as rodas. E quem assumiu a função de perseguir o ciclista da Quick-Step na escalada final foi o veterano Jelle Vanendert (Lotto Soudal), que colocou na ponta e subiu o Mur de Huy inteiro em um ritmo frenético.
A essa altura, a Quick-Step, com mais um belo trabalho de Bob Jungels e Philippe Gilbert, já havia deixado Alaphilippe muito bem colocado, na roda do ciclista da Lotto e quando esse passou por Schachmann, já nos metros finais, Alaphilippe partiu e não deu chances nem para Valverde que, diferente de outras oportunidades, teve um pouco de dificuldade para se manter na roda na parte final do Mur de Huy.

Valverde bem que tentou, mas o francês estava no seu melhor dia e cruzou a linha sem ser incomodado. A Valverde, percebendo que não teria jeito de vencer, restou verificar se o segundo lugar estava garantido.
E foi o que aconteceu. Valverde em segundo e o incrível Jelle Vanendert tem terceiro.

Domingo tem Liége-Bastogne-Liége, Bala, Nibali e a Quick-Step prometem mais uma grande batalha!