Após muita batalha, os novos campeões nacionais da Austrália e Nova Zelândia saíram nesta semana, com vários destaques que surpreenderam os amantes do ciclismo. Como em todos os anos, os países da Oceania aproveitam o clima agradável do verão para a disputa dos títulos nacionais, com provas que trazem alguns dos melhores atletas do mundo para as estradas e bairros das cidades que sediam as competições.
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Provas de TT – Rohan Dennis & Katrin Garfoot (Austrália) e Hamissh Bond & Georgia Williams(NZ)
A vitória que mais surpreendeu foi a de Hamish Bond, ex-campeão olímpico no remo, o neozelandês de 33 anos colocou mais de 47km/h de média para bater seus adversários e finalmente ser campeão de contra-relógio, algo que ele vinha tentando pelo 3 ano seguido e que foi a transição entre o remo e o ciclismo se transformar em uma trajetória de sucesso. Ele se diz convicto na busca pelo ouro nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, e até lá quer fazer história, apesar da idade avançada, esforço e determinação é o que não falta!
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Na Nova Zelândia, os títulos no feminino foram para Georgia Williams (Mitchelton-Scott), que venceu o TT e a prova de estrada, sendo que em 2017 ela foi segunda em ambas as provas, o que mostra a evolução e constância de uma das atletas mais talentosas do mundo no momento, com apenas 24 anos.
Na Austrália, Rohan Dennis destruiu, por mais um ano, seus concorrentes no TT, vencendo com facilidade e levando o título para casa pelo terceiro ano. No feminino, Katrin Garfoot venceu pelo terceiro ano consecutivo e com mais de 2 minutos sobre a segunda colocada, a Lucy Kennedy (Mitchelton-Scott), algo impressionante!
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Provas de Estrada: Edmondson (Austrália) e Jason Christie (NZ) bateram o martelo
Após muita batalha e provas super disputadas, os títulos nacionais na Elite masculina ficou com Alexander Edmondson (Austrália) e Jason Christie (NZ), respectivamente com 24 e 27 anos de idade. A briga foi acirrada do início ao fim das provas.
Na Austrália, todos os olhos estavam sobre Richie Porte e sua poderosa equipe BMC, que trazia o campeão de 2017, Milles Scotson, e outras feras como Simon Gerrans que poderiam dar trabalho. Todavia, quem ditou o ritmo da prova e dos ataques foram a Mitchelton-Scott, que em superioridade numérica, transformou a prova numa verdadeira guerra. Foram muitas fugas, ritmo forte e a dúvida em saber quem poderia ser o novo campeão nacional.
O vice-campeão da prova de contra-relógio, Luke Durbridge, vinha muito bem na prova e estava no grupo dianteiro, todavia ele sofreu uma terrível queda e teve uma concussão, ficando desmaiado e sendo retirado da prova. Mais tarde os médicos avisaram que o atleta estava bem e passava por exames complementares, mas que o susto já havia passado. Entretanto, Durbridge está fora do Tour Down Under e da Cadel Evans Ocean Race, ambas neste mês de janeiro e o atleta voltará à ativa em fevereiro em busca de vitórias nas clássicas europeias.
A prova seguiu com fugas perigosas de Guerrans e Scotson na hora final sendo neutralizados pela Scott. Na penúltima volta, uma fuga foi formada entre Chris Harper e Edmondson na dura subida ao Buninyong KOM, eles trabalharam juntos e colocaram um ritmo muito forte, com o pelotão aos pedaços vindo atrás na perseguição!
A dupla abriu o sprint final com o grupo perseguidor a poucas dezenas de metros atrás, com velocistas como Caleb Ewan (Scott), Jay McCarthy (Bora-Hansgrohe) e Brendan Canty (EF Education First-Drapac p/b Cannondale) vindo babando pelo título, mas era tarde demais e o jovem Edmondson, que vem de uma família de grandes ciclistas, ergueu os braços e comemorou seu primeiro título nacional e sobre grandes feras!
Na Nova Zelândia a briga também foi intensa, com a marcação cerrada sobre o pequeno George Bennett (LottoNL-Jumbo), sendo considerado um ciclista completo e com 3 top-10 na geral de Grand Tours como o Tour de France e a Vuelta a España, com apenas 27 anos, Bennett atacou forte na subida final, mas foi seguido por Jason Christie, Hayden Mccormick e Michael Torckler. Os quatro mantiveram a disputa até a linha de chegada onde prevaleceu o talento de Jason Christie, que venceu o título nacional pela segunda vez na carreira e continua sem contrato para este ano, acho que agora ele tem um bom motivo para que uma grande equipe o contrate!