Muitos são os que vem criticando Nairo Quintana e a Movistar pela tentativa fracassada do double Giro/Tour esse ano. Talvez, se o colombiano tivesse sido combativo no Tour, mesmo após perder o título do Giro da Itália para o holandês Tom Dumoulin, essas criticas fossem menos severas. Quintana perdeu o Giro e, com isso, a pressão foi às alturas pela conquista do Tour e sua pífia participação acabou por levantar muitas dúvidas sobre sua condição física atual.
O fato é que vencer duas grandes voltas em um mesmo ano é uma tarefa dificílima. A história é a maior prova disso e ela nos mostra que temos apenas nove ciclistas que conseguiram vencer duas Grandes Voltas em um mesmo ano.
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Estatísticas
Nunca houve um vencedor das três grandes voltas (Giro/Tour/Vuelta) em um mesmo ano.
Sete ciclistas ganharam o Giro e o Tour no mesmo ano, foram eles:
- Fausto Coppi (ITA): 1949, 1952
- Jacques Anquetil (FRA): 1964
- Eddy Merckx (BEL): 1970, 1972, 1974
- Bernard Hinault (FRA): 1982, 1985
- Stephen Roche (IRL): 1987
- Miguel Indurain (ESP): 1992, 1993
- Marco Pantani (ITA): 1998
Apenas 2 ciclistas venceram o Tour e a Vuelta no mesmo ano:
- Jacques Anquetil (FRA): 1963
- Bernard Hinault (FRA): 1978
E 3 conseguiram vencer o Giro e depois a Vuelta no mesmo ano:
- Eddy Merckx (BEL): 1973
- Giovanni Battaglin (ITA): 1981
- Alberto Contador (ESP): 2008
Froome na Vuelta
Assim como fez ano passado, após sua vitória no Tour de France, Chris Froome anunciou que participará pela sexta vez da Vuelta a Espanha. Será a terceira vez que ele tenta vencer a prova espanhola após vencer o Tour de France e pode ser a primeira vez que ele conquista uma grande volta além da volta francesa.
Com tantas críticas a Nairo Quintana percebe-se que a tentativa mais tranquila é exatamente a escolhida por Froome. Sem alarde, diferente do que fizeram Nairo e a Movistar, o queniano naturalizado britânico venceu o Tour e agora tentará, sem pressão, a conquista da Vuelta.
Os adversários esse ano, teoricamente, parecem ajudar o ciclista de 32 anos a conquistar o double. Nairo Quintana está fora, Alejandro Valverde também. Dumoulin, vencedor do Giro da Itália esse ano, preferiu se dedicar ao mundial. Romain Bardet, estará presente, mas com o desgaste do Tour de France não parece que poderá ser um grande adversário para Chris Froome, principalmente devido ao contra relógio de 42 Km na décima sexta etapa. Aru também estará, mas depois do visto no Tour é difícil acreditar que fará algo melhor. Contador também estará lá, mas….
Alguns adversários que poderão surgir são: Johan Esteban Chaves (Orica-Scott) que esteve no Tour, mas estava nitidamente “treinando” já que não se encontrava na melhor forma para a disputa da prova, Miguel Ángel López (Astana) pode ser uma boa surpresa, Steven Kruijswijk (Team LottoNL-Jumbo), Ilnur Zakarin (Katusha) e o principal, o italiano Vincenzo Nibali (Bahrain Merida Pro Cycling Team) que foi muito bem no Giro da Itália e vem forte para a disputa.
A Vuelta a Espanha começará no dia 19 de agosto com um contra relógio por equipes de 13,8 Km.
Froome, que já conquistou três vezes o segundo lugar na prova, parece ter a sua melhor oportunidade para a tentativa de ser o terceiro ciclista na história a vencer Tour e Vuelta.
“Ganhar o Tour e a Vuelta em um mesmo ano seria absolutamente incrível. Eu tenho essa oportunidade e certamente irei fazer tudo por isso”, disse ele durante o anúncio.
Como podemos verificar nas estatísticas acima, esse é um objetivo bastante difícil, o último ciclista que conseguiu a façanha de conquistar duas grandes voltas em um mesmo ano foi Alberto Contador, em 2008, quando venceu o Giro da Itália e a Vuelta a Espanha.
E para uma conquista tão difícil nada melhor que ter uma excelente equipe para ajudar. E isso Froome tem. A Sky irá armada até os dentes, bem diferente do que vimos no ano passado. Wout Poels, Mikel Nieve e Diego Rosa, todos excelentes escaladores, já estão confirmados mostrando que a Sky está mais forte do que nunca para encarar, principalmente, as 9 chegadas ao alto que teremos.