Amstel Gold Race: como Philippe Gilbert venceu a prova

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A mudança no trajeto da Amstel Gold Race se mostrou preponderante na estratégia das equipes e foi crucial no resultado final da prova. Até 2016 a prova terminava no Cauberg, subida com aproximadamente 1km que causava grande quantidade de ataques e sempre definia a prova, mas era aquele final premeditado, nada acontecia antes disso, este ano a coisa mudou.

Kwiktkowski (Sky) tentando surprender Gilbert na subida final da prova (TDWSport).

A vitória do campeão belga Philippe Gilbert (QuickStep-Floors) pela quarta vez na prova mostrou que este é, realmente, o seu terreno. O atleta não se intimidou com a mudança no percurso e soube a hora exata de atacar, ao seguir Tiesj Benoot (Lotto-Soudal) que acelerou a 40km do final numa dura subida, com eles foram junto Jose Joaquin Rojas (campeão espanhol da Movistar), Michael Albasini (Orica-Scott), Nathan Hass (Dimension Data), Sergio Henao (campeão colombiano da Sky). Tudo parecia ser cedo demais, de modo que estrelas como Alejandro Valverde (Movistar), Greg Van Aermaet (BMC), Sonny Colbrely (Bahrein Merida) e Michael Matthews (Giant) preferiram ficar no pelotão, achando que a fuga seria alcançada.

A fuga da vitória: Kwitkowski (Sky) e Gilbert) (TDWSport).

Poucos quilômetros mais tarde, GVA atacou para encostar no grupo da frente, o campeão da Paris-Roubaix não teve a força necessária para encostar e apenas “lançou” Michal Kwitkowski (Sky) que foi o único a conseguir fazer a conexão com o grupo de Gilbert, que andava muito e não baixava o ritmo. O grupo de Valverde/GVA vinha com aquela “politicagem”, de modo que Valverde parecia não querer ajudar em alguns momentos para não encostar em JJ Rojas, GVA fazia  maior parte do trabalho, outros atletas neste grupo como Rui Costa (UAE Abu Dhabi) e Tim Wellens (Lotto-Soudal) praticamente não ajudavam.

Albasini bateu o sprint do grupo perseguidor e completou o pódio na terceira colocação (TDWSprt).

Essa prova, com as alterações, apresenta agora uma característica que coincide bastante com a Liege-Bastogne-Liege, ou mesmo com o Tour de Flanders, que são as estradas estreitas e a grande quantidade de curvas, o que dificulta a vida do pelotão, de modo que uma fuga com apenas 30s de distância, é difícil de ser alcançada, pois é mais difícil para o pelotão se organizar e também para enxergar a diferença. O que acaba acontecendo no final é o caos.

Grande atuação de Nathan Hass (Dimension Data) que foi a “zebra” da prova, chegando na quarta colocação (Getty).

No pelotão, equipes que estão quase sem resultados na temporada como Cannondale e Astana ditavam o ritmo, mas isso era tarde demais. Mais estranho ainda foi o comportamento de ciclistas tidos como favoritos, como Michael Matthews (Giant) e Sonny Colbrely (Bahrein Merida), que ao final bateram o sprint do pelotão em nono e décimo, mas pouco fizeram na prova. Uma legítima atuação tímida destes dois ciclistas que tinham essa prova como meta do ano.

Gilbert contra-atacando Kwia, o duelo foi insano (Getty).

A locomotiva Philippe Gilbert perdia vagões na ponta, de modo que Kwiatkowski tentava atacar para deixar o belga para trás, mas era surpreendido pelo ritmo com que Gilbert colocava após cada ataque, era visível o sofrimento de Kwia para continuar junto com Gilbert, o belga está um degrau acima de todos.

A chegada entre Gilbert e Kwiatkowski foi forte, com kwia tentando surpreender Gilbert partindo de trás, mas apenas nos 10 últimos metros Kwia perdeu as forças e Gilbert teve a chance de vencer pela quarta vez na carreira a Amstel Gold Race. Uma grande prova, com um legítimo campeão.

Veja os melhores momentos aqui:

Resultados

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