A Clássica Italiana, conhecida por seus vários setores de terra branca, não decepcionou.
A prova mostrou novamente que é uma das corridas mais espetaculares do calendário. Esse ano ela foi elevada a categoria mais alta do ciclismo mundial (1.UWT) e nos presenteou, mais uma vez, com um deslumbrante cenário entre as estradas da Toscana e uma disputa digna das grandes clássicas que foi vencida pelo polaco Michal Kwiatkowski (Team Sky), que repetiu o sucesso alcançado em 2014 sendo assim, depois de Cancellara, o segundo ciclista a conquistar mais de uma edição da prova.
A chuva esteve presente durante todo o dia e com poucos quilômetros já havia uma fuga que contava com um dos favoritos da prova, o francês Thibaut Pinot (FDJ). Além dele estavam na fuga: Marco Frapporti (Androni), Truls Engen Korsaeth (Astana), Quentin Jaregui (Ag2r La Mondiale), Simone Andreetta (Bardiani-CSF) e o português Jose Goncalves (Katusha-Alpecin)
O grupo chegou a estabelecer uma vantagem que chegou a cinco minutos antes de, praticamente na metade da prova, acontecer uma grande queda no pelotão, em um dos primeiros trechos de estrada de terra, onde muitos dos possíveis protagonistas, incluindo Peter Sagan, se envolveram. Sagan, pouco depois, abandonou.
A equipe Bora-Hansgrohe disse, através das redes sociais, que Sagan largou mesmo se sentido mal antes do início da prova. Posteriormente ele se envolveu no acidente, mas continuou até abandonar a corrida faltando 70 km para o final, depois do sétimo setor de estrada de terra.
Após a queda, a Lotto-Soudal, dos jovens belgas Benoot e Wellens, acelerou e conseguiu destruir o pelotão formando-se um grupo de apenas 12 ciclistas em busca da fuga (estavam entre eles o belga, vencedor da Omloop, Greg Van Avermaet (BMC), Stybar (Quick-Step) e Kwiatkowski).
Como já aconteceu outras vezes, o setor Monte Sante Marie, de 11,5 Km, dedicado a Fabian Cancellara, foi onde a prova começou a se definir. O grupo perseguidor alcançou os fugitivos formando um grupo de quase 20 ciclistas a praticamente 40 quilômetros da chegada.
Logo depois, um trecho com planos, subidas e descidas rápidas foi palco de vários ataques e contra-ataques que serviram para selecionar de vez os ciclistas, restando, depois de muita briga, o grupo que decidiu a prova. A principio eram eles: Tim Wellens (Lotto Soudal), Greg Van Avermaet (BMC), Michal Kwiatkowski (Sky) e Zdenek Stybar (Quickstep ), mas Juul Jensen e Durbridge da Orica e o holandês Dumoulin (Sunweb) conseguiram saltar no grupo que liderava após uma tirada de pé do quarteto.
Imediatamente após o último trecho de terra os atletas começaram a dar algumas apertadas para tentar uma fuga e foi ex-campeão mundial Kwiatkowski, com pouco mais de 15 quilômetros para o final da prova, que conseguiu. Ele se aproveitou da indecisão do grupo e conquistou alguns segundos rapidamente. Atrás dele vieram Wellens, Van Avermaet e Stybar.
Nos últimos 10 quilômetros o que se viu foi Kwiatkowski mantendo um passo forte e, nas subidas, abrindo cada vez mais. Os perseguidores, que pareciam mais se marcar entre si do que se unirem na busca do polonês, viam a diferença aumentar até se estabelecer entre 25 e 30 segundos. A vantagem foi suficiente para possibilitar ao líder Kwiatkowski entrar na última subida, a duríssima Santa Caterina, com ponto máximo de 16%, com tranquilidade, administrando a vantagem e fazendo os metros finais com todo cuidado até cruzar a linha de chegada. Atrás dele, em segundo, chegou o incrível campeão olímpico Van Avermaet e em terceiro Tim Wellens.
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