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Esta foi uma etapa cruel, na visão dos ciclistas foi a mais dura até aqui , e isso aconteceu pois o maior inimigo dos ciclistas entrou em cena: o vento.
Peter Sagan (Tinkoff) mostrou mais uma vez que não é apenas um excelente ciclista e bem preparado, mas também que sabe enxergar oportunidades de atacar, o mesmo vale para Chris Froome (Sky) que ao se juntar com o campeão mundial, colocou mais tempo em seus rivais e agora entra nas próximas duas etapas (que devem decidir a volta) com uma vantagem mais confortável.
É lógico que o sucesso de ambos só aconteceu pelo excelente trabalho das respectivas equipes, Tinkoff e Sky, que estavam no lugar certo e na hora certa, quando a ponta do pelotão se desestabilizou e a fuga aconteceu. A presença de Maciej Bodnar e Geraint Thomas no ataque foi primordial, e assim, a vitória de Froome nesta edição do Tour começa a se desenhar.
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Como a etapa se desenvolveu
No papel a etapa de hoje parecia voltada para os velocistas e também para que os ciclistas da geral pudessem recuperar as forças para a dura etapa de amanhã. Mas o que se viu foi, segundo os atletas, como sendo a etapa mais dura do Tour até o momento. O adversário foi para todos: o vento!
A altimetria da etapa contava apenas com 2 subidas de categoria 4 na primeira metade da prova e assim era um prato cheio para que as equipes dos velocistas pegassem a ponta durante todo o dia, mas na saída de Carcassone o vento soprava forte, quebrando o pelotão em partes. As equipes da geral tiveram bastante trabalho para proteger seus líderes e várias quedas acabaram rolando, em uma delas, Jurgen Van Der Broeck (Katusha) caiu e acabou fraturando a clavícula e está fora da prova, ele é um dos gregários mais importantes de Joaquim Rodrigues.
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A primeira fuga a se estabilizar foi com Arthur Vichot (FDJ) e Leigh Howard (IAM Cycling), que abriram uma boa vantagem no momento que o pelotão ficou mais calmo. Lawson Craddock (BMC Racing) e Luis Leon Sanchez (Astana) tentaram fazer a ponte com a dupla, mas não conseguiram alcança-los.
A etapa toda foi regada a muito vento e tombos, sendo muito criticada pelos atletas e dirigentes, que com a vigência do novo protocolo da UCI, a etapa deveria ter sido encurtada. Conforme pode ser visto no vídeo das câmeras on-board, o festival de tombos atingiu vários atletas, como Tibaut Pinot (FDJ) e Rafa Majka (Tinkoff).
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Chris Froome viu a oportunidade de colocar tempo em seus rivais quando Peter Sagan havia aberto uma vantagam na ponta do pelotão com seu gregário Maciej Bodnar, Froome saltou e Geraint Thomas foi junto. Neste momento o caos era total no pelotão, que na ponta contava com vários atletas mas sem organização, Nairo Quintana estava lá, mas sem gregários, e assim foi o momento certo em que Froome abriu, pegando Nairo e Movistar de surpresa.
A fuga deu certo, abrindo 6 segundos, e Sagan acabou vencendo a chegada com facilidade, Froome chegou em segundo e com o bônus de mais 6 segundos acabou colocando 12 segundos em seus rivais, mais um balde de água fria nos concorrentes e a prova de que vai ser difícil alguém tirar esse título do ciclista da Sky.
Vídeo on-board mostrando como foi a etapa na visão dos ciclistas:
Confira os melhores momentos da etapa de hoje:
Confira mais imagens da etapa (Bettini Photo, Tim De Waele, Getty Images):
Veja tudo sobre as etapas aqui.
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