Hoje foi a etapa mais longa do Giro, 244km, quase uma clássica inserida entre as muitas etapas duras e técnicas da mais importante volta italiana. Com uma fuga enorme e formada por atletas que estão longe na classificação geral, a etapa foi marcada justamente pela briga pela vitória entre os atletas da fuga. Matteo Trentin (Etixx-QuickStep) que veio ao Giro para ser o principal embalador de Marcel Kittel, conseguiu a quarta vitória da equipe neste Giro d’Itália.
Trentin conseguiu, nos últimos metros, alcançar seu companheiro de equipe Gianluca Brambilla (Etixx-QuickStep) e Moreno Moser (Cannondale) que foram surpreendidos por Trentin que passou como uma moto ao lado dos dois e cravou a vitória de forma inusitada.
O pódio:
O pelotão, com os principais atletas da geral, chegou com mais de 12 minutos de atraso e a sensação era a de que em uma etapa de transição o melhor a fazer é se resguardar. E isso não é à toa, pois agora há dois dias dificílimos, talvez as duas etapas mais duras do Giro, e estar em boas condições para enfrentá-las fará toda a diferença.
Classificação geral pós Etapa 18
1. |
KRUIJSWIJK Steven
Team LottoNL – Jumbo
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73:50:37 | |
2. |
CHAVES RUBIO Johan Esteban
Orica GreenEDGE
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3:00 | |
3. |
VALVERDE Alejandro
Movistar Team
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3:23 | |
4. |
NIBALI Vincenzo
Astana Pro Team
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4:43 | |
5. |
ZAKARIN Ilnur
Team Katusha
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4:50 |
Confira como foi a etapa pelo Strava do gregário da Sky, Ian Boswell:
Como a etapa se desenvolveu
Apesar de plana, a etapa de hoje contava com uma dura subida no final, e o fato de ser a mais longa do Giro com quase 3 semanas de competições, faz com que todos os atletas e comissão técnica tenham levado a sério a jornada de hoje.
No começo do dia foram várias fugas e todas aquelas que haviam algum atleta perigoso na geral, voltava para trás, pois com tantos quilômetros, ninguém queria correr o risco de deixar algum atleta como Uran ou Henao escapar e deixá-los voltar para briga. Com isso a enorme fuga do dia se formou apenas com atletas distantes na geral, com Brambilla sendo o melhor colocado na geral.
A fuga era formada por 24 atletas: Axel Domont (AG2R-La Mondiale), Davide Malacarne (Astana), Stefan Kung, Daniel Oss (BMC), Moreno Moser, Ramunas Navadauskas (Cannondale), Gianluca Brambilla, Matteo Trentin (Etixx-QuickStep), Olivier le Gac (FDJ), Andrey Solomennikov (Gazprom-Rusvelo), Roger Kluge (IAM Cycling), Sacha Modolo, Matej Mohoric (Lampre-Merida), Pim Ligthart (Lotto-Soudal), Genki Yammamoto, Gianfranco Zilioli (Nippo-Vini Fantini), Nikias Arndt, Alberto Timmer (Giant-Alpecin), Christian Knees (Team Sky), Pavel Brutt, Jay McCarthy, Ivan Rovny (Tinkoff) e Julen Amezqueta Moreno (Wilier Triestina-Southeast).
Todos levaram a sério a fuga, que chegou a abrir mais de 14 minutos do pelotão, que pouco se preocupava em tirar esse tempo. Ao final, uma dura subida de 4,6km, com rampas de até 17%, fizeram com que o grupo se quebrasse, primeiro com Trentin acelerando forte para que Brambila e Moser pudessem escapar.
Os dois abriram uma boa diferença e tudo indicava que um sprint entre os dois punchers italianos decidiria a etapa, mas Trentin surgiu do nada novamente, e conseguiu passá-los, batendo o sprint com facilidade. O que parece ter acontecido, foi que Moser não sabia que Trentin estava tão perto e estava preocupado com Brambilla no sprint, este, por sua vez, como sabia que Trentin vinha forte, não queria puxar, e tudo deu errado mais uma vez para o atleta da Cannondale. Trentin vinha na roda de outros 3 atletas que tentavam tirar a diferença e pouco antes da chegada, vendo que os dois líderes estavam perto, atacou os 3 para que ninguém viesse junto e deu certo, chegando rapidamente nos dois da frente, Moser só o viu quando já era tarde e apesar de todo seu esforço não foi possível fazer nada, Trentin e Brabilla vibraram muito ao passar a linha de chegada em primeiro e terceiro.
Amanhã, muitas montanhas!
A equipe LottoNL Jumbo terá bastante trabalho amanhã, a etapa entre Pinerolo e Risoul é temida pelos atletas e tudo indica que haverá neve no Cima Coppi (ponto mais alto do Giro), mas isso não irá atrapalhar os atletas, pois o asfalto estará em boas condições, segundo as previsões.
Aguardamos para saber quais serão as equipes que estarão unidas para tentar tirar a camisa de Kruijswijk, mas tudo indica que seja entre Katusha e Movistar (já que a Astana não parece animada com a performance de Nibali) mas é melhor aguardar, vai ser show!