Etapa 1 – APELDOORN – APELDOORN (Holanda) *
(O asterísco significa o grau de dificuldade de cada etapa, sendo de 1 a 5 a escala de dificuldade)
Seguindo o sucesso obtido pelo Tour de France em 2015, o Giro também escolheu a Holanda para começar este ano. A curta etapa de 9.8km é plana e dificilmente irá contribuir para grandes distâncias na classificação geral, a etapa na verdade irá apenas decidir quem vai largar com a famosa camisa rosa, a “Maglia Rosa” que deve durar até o retorno para a Itália na quarta etapa.
A ausência de alguns contra-relogistas de peso como Tony Martin, Rohan Dennis e do atual campeão mundial Vasili Kiryenka não irá deixar a prova menos emocionante. O público em qualquer prova nos países Baixos (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) é apaixonado por ciclismo, e uma prova desta magnitude deve levar milhares de pessoas às ruas para acompanhar o espetáculo.
Os favoritos para esta etapa são:
Tom Dumoulin (Giant-Alpecin) – o holandês estará correndo em casa e por pouco não venceu a Vuelta de España ano passado, perdendo a camisa de líder na última etapa de montanha, após 20 dias percorridos. Ele terá de mostrar que aquele resultado não foi por acaso e virá com tudo. Algumas dúvidas ocorrem sobre seu atual preparo físico, pois em 2016 ainda não teve bons resultado, sendo assim, a hora de mostrar serviço é agora para o gigante holandês de quase 1,90m.
Fabian Cancelara (Trek-Sagafredo) – um dos maiores especialistas em contra-relógio da história, o suíço estará se aposentando ao final da temporada, mas nem por isso está pegando leve este ano. Após uma campanha muito positiva nas clássicas, com vitórias este ano na Strada Bianchi, no crono da Tirreno-Adriático e um pódio no Tour de Flanders, mostrando que a condição está muito boa e tem todas as características para vencer este crono.
Dentre os favoritos pela geral, os escaladores como Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Mikel Landa (Sky), Alejandro Valverde (Movistar) e Vincenzo Nibali (Astana) devem perder tempo nesta etapa, não será muito, mas este é um daqueles típicos dias em que o escalador (que é muito leve para gerar a potência necessária para bater atletas mais pesados e especialistas) não tem nada para ganhar e tudo para perder.
Principais Favoritos:
*** Fabian Cancelara (Trek-Sagafredo), Tom Dumoulin (Giant-Alpecin), Matthias Brandle (IAM Cycling)
** Svein Tuft (Orica-GreenEdge), Ilnur Zakarin (Katusha), Manuele Boaro (Tinkoff)
* Diego Ulissi (Lampre), Ignatas Konovalovas (FDJ)
Etapa 2 – ARNHEM – NIJMEGEN – (Holanda) **
Estradas estreitas, cheias de curvas e com poucas subidas, farão com que este primeiro estágio na estrada seja um daqueles em que o menor descuido pode levar a um tombo ou ficar em cortes no pelotão, já que a região é propícia por formar aqueles ventos cruzados que atrapalham a vida dos atletas nas clássicas dos países baixos.
Não precisamos ir muito longe, no Tour de France do ano passado, numa etapa plana na primeira semana, Alejandro Valverde e Nairo Quintana perderam tempo para Froome e Contador por conta do vento feroz que fez o pelotão ficar em pedaços, com isso, todo o cuidado é pouco para as equipes, e os gregários terão trabalho cedo neste Giro.
Dizia Lance Armstrong, com todo o poder da equipe US Postal Service, que as primeiras etapas de grandes voltas, aquelas planas e que ninguém dá muita importância, são etapas em que você não tem nada para ganhar e tudo para perder. E a história justamente mostra isso.
O final é bastante rápido, privilegiando os velocistas. Marcel Kittel é o sprinter que faz o melhor crono, com isso é natural que além de buscar a vitória na etapa, ele esteja buscando a camisa rosa, pois os três primeiros lugares recebem generosos bônus em segundos, sendo respectivamente 10, 6 e 4 segundos para o primeiro, segundo e terceiro colocados, em etapas planas.
Principais Favoritos:
*** Marcel Kittel (Ettix-Quick Step), Giacomo Nizzolo (Trek-Sagafredo), André Greipel (Lotto-Soudal)
** Caleb Ewan (Orica-GreenEdge), Grega Bole (Vini Fantini), Elia Viviani (Sky), Sacha Modolo (Lampre)
* Heinrich Haussler (IAM Cycling), Moreno Hofland (LottoNL-Jumbo), Jakub Mareczko (Wilier – Southeast)
Etapa 3 – NIJMEGEN – ARNHEM – (Holanda) ***
Último dia na Holanda com mais uma etapa plana e rápida em que as equipes que possuem velocistas podem buscar a vitória, e aquelas que não tem podem buscar uma fuga, mas com poucas chances de levar a vitória, pois em começo de voltas como o Giro, o pelotão está com muita energia e pronto para aniquilar qualquer tentativa de fuga.
Apesar de plana, nesta época do ano costuma ventar muito naquela região, fazendo com que as equipes tenham trabalho para proteger seus líderes, o que equipes como Astana, Sky e Movistar fazem com perfeição.
A etapa termina em um circuito plano em Arnhem de 13.8km com aquela torcida louca por ciclismo.
Principais Favoritos:
*** Marcel Kittel (Ettix-Quick Step), Giacomo Nizzolo (Trek-Sagafredo), André Greipel (Lotto-Soudal)
** Caleb Ewan (Orica-GreenEdge), Grega Bole (Vini Fantini), Elia Viviani (Sky), Sacha Modolo (Lampre)
* Filippo Pozzato (Wilier – Southeast), Heinrich Haussler (IAM Cycling), Moreno Hofland (LottoNL-Jumbo)
Etapa 4 – CATANZARO – PRAIA A MARE – (Itália) ***
Finalmente o pelotão chega na Itália! Com um descanso para deslocamento entre as etapas 3 e 4, as boas vindas são dadas e apenas 2 montanhas de categoria 3 ao longo da bela costa italiana, vão parecer um descanso ativo para os atletas mais bem preparados, se não fosse aquele final nervoso, e esse vai ser.
A etapa deveria ser voltada para os velocistas, mas uma subida curta de 1.8km com inclinações de até 18% e terminando a 8.7km da linha de meta pode formar pequenos grupos ou mesmo ocasionar cortes no pelotão, com isso o final pode gerar grande nervosismo nas equipes com atletas para a geral, que não podem perder tempo e para aquelas que possuem velocistas para conseguir trazê-los com bom posicionamento para a chegada.
Dificilmente haverão diferenças na geral, de modo que quem conseguiu a camisa de líder na primeira etapa deve continuar após esta etapa também, isso em condições normais.
Principais Favoritos:
*** Tim Wellens (Lotto Soudal), Marcel Kittel (Ettix-Quick Step), Giacomo Nizzolo (Trek-Sagafredo)
** Sonny Colbrelli (Bardiani – CSF), Diego Ulissi (Lampre), Arnaud Démare (FDJ)
* Bob Jungels (Etixx – Quick Step), Gianluca Brambilla(Etixx – Quick Step), Jakub Mareczko (Wilier – Southeast)
Etapa 5 – PRAIA A MARE – BIENVENITO – (Itália) **
A segunda etapa mais longa desta edição do Giro (a primeira é a etapa 18 com chegada em Pinerolo, com 240km) é como uma montanha russa de 233km onde aqueles que achavam que uma longa distância seria a desculpa para não fazer força, terão que encarar uma etapa propícia para a formação de fugas e com os últimos 40km com estradas estreitas e percurso relativamente técnico.
O final é para os homens mais rápidos do pelotão e possui uma inclinação de 3.4%, o que vai favorecer aqueles velocistas que conseguiram se poupar mais ao longo do dia e também aqueles que estão em melhores condições físicas.
Esta etapa é a chance de Marcel Kittel mostrar a sua força, a inclinação pode ajudar o jovem Caleb Ewan a medir esforços com o gigante alemão, e apenas as condições do momento podem dizer quem será o melhor.
Clima
A região em que começa a etapa, com largada em Praia a Mare possui chuvas frequentes e um clima bastante instável nessa época do ano, o que pode indicar um começo de etapa complicado. Não é apenas naquelas duas horas finais que o pelotão faz força, em algumas etapas a coisa fica difícil desde o momento em que a bandeira de largada desce, e isso a TV não mostra. Além do mais, esta promete ser uma etapa com um belo visual no final.
Principais Favoritos:
*** Marcel Kittel (Ettix-Quick Step), Giacomo Nizzolo (Trek-Sagafredo), Caleb Ewan (Orica-GreenEdge)
** Grega Bole (Vini Fantini), Elia Viviani (Sky), Sacha Modolo (Lampre)
* Filippo Pozzato (Wilier – Southeast), Heinrich Haussler (IAM Cycling), Moreno Hofland (LottoNL-Jumbo)
Etapa 6: PONTE – ROCCARASO (RIFUGIO AREMOGNA) ****
A hora da verdade chegou! E Roccaraso é a primeira chegada na montanha do Giro 2016, e apesar de não ser um daqueles dias épicos que consagraram tantos atletas no passado, esta pode ser uma etapa que vai mostrar quem realmente veio para brigar pela vitória no Giro e quem vai ter que esperar por uma próxima oportunidade.
A etapa já começa com um prêmio de montanha aos 54km no Bocca D. Selva, que é uma montanha de categoria 2 que irá levar os atletas de 60m a 1393m de altitude em incríveis 40km de escalada! E esse é só o começo, a TV nem vai mostrar e já vai estar todo mundo sofrendo, velocista sobrando, André Greipel pensando “por que não fui correr o Tour da Califórnia”, e por ai vai…
A etapa segue com um sobe-desce até chegar em Castel di Sangro, onde começa a escalada final à montanha de cat. 2, que provavelmente irá levar um pequeno grupo até a chegada. Esta é a primeira oportunidade para Alejandro Valverde mostrar qual a sua real intenção no Giro, uma etapa como essa possui grandes chances de ser para um atleta com suas características, e além disso, uma grande reviravolta na classificação geral deve ocorrer.
Principais Favoritos:
*** Alejandro Valverde (Movistar), Esteban Chaves (Orica-GreenEDGE), Gianluca Brambilla (Ettix-QuickStep)
** Vincenzo Nibali (Astana), Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF)
* Rafal Majka (Tinkoff-SaxoBank), Rigoberto Uran (Cannondale)
Etapa 7: SULMONA – FOLIGNO *
Apenas uma etapa de transição, levando os ciclistas em direção às montanhas. A chegada possui um downhill de 40km que tira as chances de qualquer aventureiro que queira construir alguma fuga.
Em 2012 Sulmona também recebeu a largada do Giro, mas a chegada foi na serra, e Domenico Pozzovivo foi o vitorioso naquela ocasião. Este ano Pozzovivo deve ficar escondido e esperando a próxima etapa, se ele for esperto. Com isto esta é mais uma etapa voltada aos velocistas, com um final que deve beirar os 80km/h!
A cidade em que ocorre a chegada, Foligno, é uma daquelas regiões em que o passado encontra a modernidade. Ela fica literalmente no centro da “bota”, e possui o encontro entre estradas de ferro e rodovias, muitas delas utilizadas na segunda guerra mundial, antes de serem bombardeadas e posteriormente serem reconstruídas.
Principais Favoritos:
*** Marcel Kittel (Ettix-Quick Step), Giacomo Nizzolo (Trek-Sagafredo), Caleb Ewan (Orica-GreenEdge)
** Grega Bole (Vini Fantini), Elia Viviani (Sky), Sacha Modolo (Lampre), Jakub Mareczko (Wilier – Southeast)
* Heinrich Haussler (IAM Cycling), Moreno Hofland (LottoNL-Jumbo)
Etapa 8: FOLIGNO – AREZZO ***
É hora de cruzar o coração da Itália, nesta etapa entre Foligno e Arezzo, os atletas vão passar por regiões onde geralmente acontece a volta de uma semana Tirreno-Adriático, sendo por muitos apelidada como um mini-Giro. Esta será uma etapa de transição, onde os atletas da geral estarão preocupados em se resguardar para o contra-relógio individual da 9a etapa, que promete fazer um estrago na classificação geral.
Esta oitava etapa, promete reais emoções devido à uma montanha que se situa bem próximo da chegada em Arezzo, chamado de Alpe di Poti, a montanha de categoria 2 dificilmente deixará algum velocista passar junto com os escaladores dos melhores times, e existe grande possibilidade da etapa ser decidida com uma fuga.
Esta é uma etapa para italianos como Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF), Enrico Battaglin (Lotto-Jumbo) e Diego Ulissi (Lampre-Merida), que escalam bem e tem a capacidade de manter um forte passo até a linha de meta. Dificilmente um atleta chegue sozinho nessa etapa, onde o mais provável é a chegada de pequenos grupos, selecionados pela montanha, onde aquele que consiga escalar melhor e tenha um bom sprint, como Alejandro Valverde, possa ser privilegiado, ainda mais contando com uma equipe trabalhando para protegê-lo como a Movistar, as chances irão aumentar.
Principais Favoritos:
*** Alejandro Valverde (Movistar), Enrico Battaglin (Lotto-Jumbo) e Diego Ulissi (Lampre-Merida)
** Vincenzo Nibali (Astana), Gianluca Brambilla (Ettix-QuickStep), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF)
* Rafal Majka (Tinkoff-SaxoBank), Rigoberto Uran (Cannondale)
Etapa 9: RADDA – GREVE *****
O que seria do Giro se não houvesse um contra-relógio longo, para fazer com que os escaladores sentissem aquele frio na barriga e pensassem “o que eu to fazendo aqui?”. O Giro, como outras voltas, visam testar o limite dos atletas, seja em condições climáticas de sol, chuva, frio, vento cruzado, seja no terreno, podendo ser motanhoso, ou plano, e mesmo o tipo de superfície pode influenciar na classificação, haja vista a Paris-Roubaix, uma prova plana e com trechos de paralelepípedo que a transformam em uma das mais duras corridas de bicicleta da face da Terra.
Mas, enfim, particularidades do ciclismo, e o Giro 2016 trouxe esse belíssimo crono de 40,5km entre Radda e Greve, e está sendo considerado por muitos especialistas como uma etapa técnica, e que não necessariamente seja voltada para os especialistas, com muitas curvas e estradas estreitas, esta etapa além da velocidade, ela necessitará de muita atenção com as curvas e com a manutenção do ritmo certo no sobe-desce de 40,5km.
Tom Dumoulin poderá mostrar sua capacidade na luta contra o cronômetro, dentre os líderes na geral, ele é o atleta com o selo de favorito número um para vencer a etapa, mas não podemos de esquecer de grandes especialistas como Fabian Cancelara (Trek) e Rigoberto Uran (Cannondale) que se estiver em boa forma pode ter uma boa apresentação.
Para os italianos, essa é a hora de estrelas como Diego Ulissi (Lampre-Merida), que venceu uma etapa como essa em 2014, e Moreno Moser (Cannondale) que recentemente cravou um top-10 no mundial de contra-relógio e que podem ser as surpresas na prova.
Principais Favoritos:
*** Fabian Cancelara (Trek), Tom Dumoulin (Giant-Alpecin), Mattias Brandle (IAM Cycling)
** Rigoberto Uran (Cannondale), Diego Ulissi (Lampre-Merida), Ilnur Zakarin (Katusha)
* Vincenzo Nibali (Astana), Moreno Moser (Cannondale)
Etapa 10: CAMPI BISENZIO – SESTOLA****
Após um merecido dia de descanso, os atletas encaram um dia legítimo de Giro d’Itália, com escaladas para todos os gostos. É dia de ver, finalmente a Sky em ação, medindo forças com Astana, Movistar e cia limitada para deixar seus líderes o mais bem posicionados para o final.
A etapa co, 219km, só pela quilometragem já assusta, mas as motanhas no meio são para quebrar os não-especialistas, um dia épico. Começa com a escalada do Passo de La Colina, considerado como uma montanha de cat. 3, apesar dos seus mais de 700m de ascenção. Mais tarde, há passagem na subida de cat. 3 chamada Pietracolora, e até ai nada de novidades.
A etapa fica tensa com a chegada do monte de cat.1 Pian Del Falco, que termina a 16km da chegada, e promove a oportunidade para atletas que sobem bem e são capazes de descer com técnica, como é o caso de Vincenzo Nibali (Astana), que provou isso no último Giro di Lombardia em outubro de 2015, ao fazer um downhill insano nos últimos quilometros sem ser alcançado.
A etapa termina em Sestola numa montanha de Cat. 3 que deve servir como um bom termômetro de como estão as pernas dos atletas, haverão aqueles que já irão sentir os 10 dias de prova, como também estarão aparecendo alguns que estarão chegando no pico de rendimento, e dali para frente a tendência é de melhorar.
Dentre os atletas que melhoram conforme as etapas vão passando temos Mikel Landa (Sky), Ryder Hesjedal (Trek), Steven Kruijinski (Lotto-Jumbo) e Rigoberto Uran (Cannondale), que serão os favoritos para a etapa ao lado de Nibali.
Principais Favoritos:
*** Vincenzo Nibali (Astana), Mikel Landa (Sky)
** Rigoberto Uran (Cannondale), Ilnur Zakarin (Katusha), Alejandro Valverde (Movistar)
* Ryder Hesjedal (Trek), Steven Kruijinski (Lotto-Jumbo)
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